"A internet tem o poder de criar ilusões. As pessoas viram "mitos", "divas". Seres intocáveis, inabaláveis, dispostos, prontos. Elas são o que está na foto. Elas vivem o que atualizam. É aquilo e ponto. E ai de quem disser o contrário! Vou cortar o barato de vocês. Não é desse jeito aí não! Eu, por exemplo, moro na baixada fluminense, sou pobre e não me sinto um mulherão 24h por dia. As pessoas fantasiam que, porque escrevo sobre autoestima, ando de salto 15 o dia inteiro, meu cabelo não resseca, não tenho acne, nem mau humor. Eu sou normal. Todas nós somos a mesma coisa. Por trás das fotos, tem uma mulher com passado, com sonhos e realidade. Por trás de atualizações, tem uma panela no fogo, cólicas menstruais, homem dormindo atravessado na cama pra nos dar o bote quando formos deitar. Por trás de cada publicação, existe uma mulher de dieta, apaixonada, preocupada com os filhos ou magoada. Eu, assim como qualquer mulher, não sou uma heroína. Sou uma mulher de mais de trinta, que já entendeu que é uma mulher e não faz papel de menininha. Não dá mais tempo pra isso. Sou uma mulher que já chorou por causa de homem, que já magoou alguns, que já foi descontente com o corpo. Tive que amadurecer cedo. Eu não nasci segura. Eu me tornei uma mulher segura, e isso não é um privilégio meu. Assim como eu já tive a autoestima no pé, e cacei um jeito de me ajeitar, qualquer mulher pode. Eu vejo SIM a vida com complicação. Mas isso é um problema dela. Eu não posso comprometer minha autoestima por isso. Não posso deixar essa batalha diária pelo meu bem estar pela metade por causa dos problemas do mundo. A gente não deve manter a autoestima no azul pra ver a vida com outros olhos. Ver a vida de outra forma é que nos impulsiona a manter nossa autoestima no lugarzinho certo." Jackye Monteiro


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